Desenho de mobiliário para execução não seriada

"Nós somos uma escola focada na execução artesanal. Por mais que as máquinas nos ajudem, as mãos necessariamente estão em cada etapa da construção e a mente em todo o procedimento.”

“Nos projetos típicos de Design de mobiliário, executados em fábrica, o foco é a repetição - em fases estanques, fragmentadas - na linha de produção. É comum um operário de fábrica ser responsável apenas por uma pequena tarefa. Ele perde a noção de conjunto e o pensar sobre a produção.”

“Você pode ir em uma loja de móveis e comprar um móvel com design premiado; mas o design industrial jamais vai conseguir te oferecer a experiência de desenhar e construir seu próprio móvel.”

Desenho de mobiliário para execução não seriada

              É um tema bastante atual e precisa ser propriamente apresentado.

Precisamos de uma pequena introdução ao Design e depois falar brevemente sobre o que se convencionou chamar de “cultura maker”, para então colocar a nossa alternativa na criação das coisas: o “Desenho de Mobiliário para execução não seriada”.
               O design de móveis surgiu com a revolução industrial. É um conceito técnico que não tem relação apenas com o “formato” dos móveis ou seu apelo estético. Ele se liga também à função das coisas (material e simbólica) e a maneira  com a qual são produzidas (indústria).

O design tem por fim resolver da melhor forma possível os seguintes elementos:

1 – materiais;
2 – estrutura e durabilidade;
3 – ergonomia;
4 – as funções de cada tipologia mobiliária;
5 – a execução industrial e seriada do objeto projetado.

               Todos estes elementos fazem parte do conceito de Design. Aliás, foi muito comum a terminologia “Desenho Industrial” para se referir à ciência da concepção projetual de coisas; já que sempre destinada à indústria.

               E o que é “cultura maker”? Poderíamos fazer uma digressão com bastante profundidade, mas nos restringiremos apenas ao essencial: trata-se da atividade do fazer por si próprio. Grosso modo, o “maker” é um fazedor de coisas.  Estamos no início de uma era pós-industrial, onde as pessoas querem objetos cada vez mais personalizados, ou seja, fora do circuito da produção de massa.

               Então nós temos basicamente duas formas de produção atualmente: uma a da fábrica e outra a do “maker”.

               E qual a nossa proposta no Studio Carvas? Como se nota, temos preocupação marcante nos primeiros 4 elementos do Design e passamos ao largo da replicação em série das nossas peças. E temos como proposta maior, que o artífice construa o seu próprio móvel.  Por isso falamos em “Desenho de Mobiliário para execução não seriada”. 

               Seria uma forma de síntese: estudarmos os elementos do design para a concepção de projetos significativos na sua forma, função e dimensão simbólica. E some-se a isso o entusiasmo de uma construção não seriada, de baixíssima escala, com todos os cuidados próprios do esforço manual, impregnando o móvel de valores outros, como resiliência, disciplina, persistência e criatividade executiva do artífice.

               Nós somos uma escola focada na execução artesanal. Por mais que as máquinas nos ajudem, as mãos necessariamente estão em cada etapa da construção e a mente em todo o procedimento.

               Como resultado dessa nossa metodologia, nós formamos artífices da madeira e não operadores de máquinas para fábricas. E qual a diferença? O artífice por pensar o projeto todo tem autonomia e conhecimento para criar coisas.

               Nos projetos típicos de Design de mobiliário, executados em fábrica, o foco é a repetição – em fases estanques, fragmentadas – na linha de produção. É comum um operário de fábrica ser responsável apenas por uma pequena tarefa. Ele perde a noção de conjunto e o pensar sobre a produção. É uma redução da cognição humana para fins meramente produtivos. Não pense; faça isso ainda que você não entenda o porquê!

               Essa forma de projetar e produzir foi responsável por maravilhas e grande distribuição de móveis na sociedade e encontra necessidade de existir porque precisamos de produção de massa ainda.  

               Algumas distorções – no entanto – são experimentadas no “Desenho industrial clássico”. Para que as indústrias continuassem numa produção cada vez maior, muitos efeitos colaterais nefastos foram sentidos pela sociedade em geral:

1 – pressão nas espécies de madeira mais nobres;
2 – redução de florestas;
3 – estímulo ao consumismo ;
4 – móveis com baixa qualidade para logo serem substituídos ;
5 – estética não colaborativa (o consumidor não participa do projeto) ;
6 – poluição;
7 – grande consumo de energia;
8 – grande produção com estética reduzida;
9 – estruturação simples dos móveis etc.

               Estes efeitos colaterais foram percebidos pela sociedade e novas ferramentas surgiram para mitigá-los, em especial o conceito de sustentabilidade.

Os desenhos que criamos para a nossa escola de marcenaria refletem nossa preocupação com a sustentabilidade também, mas são muito diferentes do design industrial. Nossos projetos são fundados na marcenaria tradicional; conjunto técnico que adotamos para conferir grande durabilidade ao móvel.

               Os encaixes de madeira e as formas plasmadas pela técnica compreendem complexidade que refletem esforço manual e mental para sua manufatura. Não há uma simplificação para reprodução seriada nas máquinas.

               E qual o resultado dessa nossa proposta? o móvel é dotado de muito mais significado e enorme durabilidade. Não é apenas um objeto; é um móvel pensado pelo artífice, executado pelas suas mãos num processo criativo singular para atender as suas necessidades individuais que estão muito além da própria coisa.

               Nossa escola te proporciona não apenas o objeto; mas também a experiência de concebê-lo e construí-lo. Com isso não só o esforço do artífice fica gravado nos móveis, mas a sua personalidade também.

Você pode ir em uma loja de móveis e comprar um móvel com design premiado; mas o design industrial jamais vai conseguir te oferecer a experiência de desenhar e construir seu próprio móvel. 

               Agora vamos nos deter na terminologia: “Desenho de Mobiliário para produção não seriada”.  Nós preferimos a palavra desenho à consagrada expressão estrangeira “design”. Isso é importante para mostrar que são coisas um pouco diversas. 

               Você como artífice, vai ser responsável diretamente pela execução destes desenhos, ou seja, transformá-los em coisas; dar-lhes matéria. Por isso usamos a palavra “execução”.

               O “fazer” está necessariamente atrelado ao desenhar. E não se trata de um fazer orientado para a máxima eficiência produtiva das máquinas. Por isso, o designativo “não seriado”. Não se trata de uma indústria ou fabriqueta de móveis.

               A experiência do fazer faz parte do significado do móvel e do objetivo do artífice. O fazer é elevado a uma condição de prazer e satisfação.

               O objeto da nossa proposta não está circunscrito ao móvel  em si, que surge ao final da execução; mas como se percebe, ele compreende o próprio processo produtivo também.  

               Eu me recordo de cada fase na construção da mesa de jantar da minha casa, que comporta 8 cadeiras. A primeira vez que – em um jantar – todas as cadeiras estavam preenchidas e todos conversando sobre as mais variadas coisas… quando os móveis foram postos como artefatos coadjuvantes em uma reunião humana; ali experimentei grande satisfação. Eu estudei, desenhei e executei um projeto de mobiliário capaz de atender plenamente à função para a qual eles foram desejados.

               E como essa experiência pessoal me deu grande satisfação, busco sempre recriar este microcosmos para os artífices da nossa escola, acompanhando-os não apenas no fazer; mas em todo suporte mental para que alcancem a independência de projetar e executar. Da primeira ferramenta na oficina até a última cota de perspectiva eletrônica dos seus projetos no computador.

               Nossa meta é fazer com o que o artífice realize metas e que tenha objetivos e não sonhos. É a nossa proposta para te habilitar ao extraordinário.

“Nós somos uma escola focada na execução artesanal. Por mais que as máquinas nos ajudem, as mãos necessariamente estão em cada etapa da construção e a mente em todo o procedimento. “

“Nos projetos típicos de Design de mobiliário, executados em fábrica, o foco é a repetição – em fases estanques, fragmentadas – na linha de produção. É comum um operário de fábrica ser responsável apenas por uma pequena tarefa. Ele perde a noção de conjunto e o pensar sobre a produção.”

“Você pode ir em uma loja de móveis e comprar um móvel com design premiado; mas o design industrial jamais vai conseguir te oferecer a experiência de desenhar e construir seu próprio móvel.” 

Calendário de Cursos

Março

16 e 17 - Introdução ao estudo da marcenaria e afiação de ferramentas

30 e 31 - Teoria geral dos Encaixes de madeira

Abril

13 e 14 - aplainamento – plainas manuais, desempenadeira e desengrossadeira.

27 e 28 - Serra elétricas estacionárias: serra circular e serra de fita: tipos, evolução, segurança, operação, gabaritos etc.

Maio

18 e 19 - Cadernos de Madeira – Professora Alice Alfano - Ateliê da Mata

25 e 26 - Marcenaria moderna de gabinetes (MDF). Professor Hermes

Junho

8 e 9 - Introdução ao estudo da marcenaria e afiação de ferramentas

22 e 23 - Workshop do candelabro woodsmith

Julho

13 e 14 - Tornearia de cumbucas com professor Thomaz Brasil – Madeira que Gira

20 e 21 - aplainamento – plainas manuais, desempenadeira e desengrossadeira.

Agosto

10 e 11 - Teoria geral dos Encaixes de madeira

24 e 25 - Serra elétricas estacionárias: serra circular e serra de fita: tipos, evolução, segurança, operação, gabaritos etc.

Setembro

14 e 15 - Workshop de garrafas torneadas com professor Thomaz Brasil – Madeira que Gira

21 e 22 - Teoria geral dos gabinetes. Professor Aluizio Tomazeli.

Outubro

12 e 13 - Introdução ao estudo da marcenaria e afiação de ferramentas

26 e 27 - Workshop de mesa de centro

Novembro

16 e 17 - curso de acabamento em madeira

23 e 24 - Serra elétricas estacionárias: serra circular e serra de fita: tipos, evolução, segurança, operação, gabaritos etc.

Dezembro

7 e 8 - Workshop de candelabro Woodsmith